sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Lá vem ele




Pronto... Lá vem ele de novo entrando sem pedir licença.
 Ele sempre faz aquela cara de 
“cachorro que caiu da mudança” 
e ficamos sem ação.
Não conseguimos expulsá-lo, 
e acabamos nos rendendo a ele.
Ele tem o dom de transformar as coisas, e quando tudo está calmo  ele transforma num caos, e tudo fica parecendo uma praia 
após uma tarde de domingo em pleno verão.
Mas de repente, vem a calmaria... 
A vida fica numa “Nice” e tudo fica lindo. 
Qualquer frase vira poema, e o mundo?
Ah, o mundo! ... É o verdadeiro paraíso.
Esse tal amor não tem jeito, ele é folgado mesmo.
Faz-nos sonhar, chorar de saudade ou de decepção 
e é incrível como tudo toma uma dimensão 
enorme dentro do coração. 
Tão pequeno coitado! Não sei como cabe 
tanta coisa e tudo fica tão confuso...
Mas é que “quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós”. 
A verdade que tudo vira uma grande bagunça.
E o coração vive batendo descompassado, 
até parece que lá 
dentro tem uma escola de samba.
Mas quem sofre com isso, é a razão, que fica maluca
 tentando “arrumar a casa” o tempo todo.
Até que, cansada, ela senta num canto e espera 
o folgado do amor, abandonar a festa. 
E aí... O coração fica vazio, oco, bate baixinho. 
A razão levanta-se, espana daqui, varre dali e vai 
apagando os rastros que o amor bandido deixou.
E reza para que ele demore a voltar.


[ Nina Linhares ]

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